terça-feira, 24 de dezembro de 2019

Balanço de Novembro


Salve blogfera… O natal chegou. Só agora puder arrumar um tempinho para dar uma atualizada no conteúdo do blog, aproveitando a oportunidade: Que nesse final de ano, você possa somar todas as alegrias e dividir o seu entusiasmo de ser feliz sempre. Boas festas!

Final de ano/semestre é sempre aquela correria, o segundo semestre eu acho bem mais puxado mas emfim… Vamos ao que interessa.

Feliz Ano Novo.





As contas



Aqui não tivemos nenhuma mudança. Não consegui pagar nada esse mês, antes de justificar tem um ditado que eu gosto e utilizo sempre: Quem quer dar um jeito, quem não quer inventa uma desculpa. E dessa vez, embora eu não quisesse, tenho uma desculpa. O último mês do ano para mim e complicado, estudante vivendo de bolsa e morando longe de casa e o mês mais apertado do ano pois é o mês de férias. 

Além das despesas fixas de casa eu tenho que me virar para comprar as passagens para ir para casa dos meus pais, além das passagens gasto com comida durante a viagem. Sim senhores… almoço, jantar, café são mais de 20 horas de viagem. Fica difícil ajustar o orçamento e ainda sobrar para pagar as dividias, a sorte é que em dezembro as aulas não são o mês inteiro então economizo em algumas coisas, comida por exemplo, compro pouca coisa que dê para duas semanas e vou me virando como posso até entrar de férias.

Com isso, o saldo devedor é de R$ -6796,83. O mesmo valor que o mês passado.

Saldo devedor novembro.




As férias



Ebaa… Férias… Para os universitários normais que não têm contas a pagar ou não têm que trabalhar é uma maravilha, não para mim. No período de férias a faculdade não fornece a bolsa, e como as despesas da kitnet tem que serem pagas mesmo nos meses de férias, sim… é isso mesmo são três meses de férias, as aulas só voltam depois do carnaval.

Graças a um curso técnico que tenho eu consigo trabalhar no período de férias e as vezes o trabalho me rende uma boa grana. Já tenho dois trabalhos garantidos, inclusive já comecei os dois, estou finalizando e com a grana que receberei quitarei a dívida de um CDC que fiz a um tempo e pago até hoje (história para outro post). Com a quitação desse débito chegarei a metade da minha meta, quitar as dívidas até o final do ano que vem. Muito provavelmente, no próximo post de balanço terei pago o débito. Assim espero...


Além de trabalhar, voltei a dar foco no projeto que comentei no post Balanço de Setembro que me dará uma renda extra. Tive que dar uma pausa no projeto, as matérias da faculdade consumiram muito tempo não dava para conciliar. Tive também uma outra oportunidade de desensolver uma atividade que requer um grande esforço mas que no final valerá a pena, essa atividade vai consumir boa parte do meu tempo, mas valera a pena depois de concretizada. Em breve compartilho com os senhores mais a respeito dessa atividade.



Esse mês não deu para pagar nada das dívidas R$ 00,00, com isso, o saldo devedor continua o mesmo do mês passado de R$ -6796,83. Mesmo com as adversidades continuo firme, com o período de férias tenho mais tempo livre para produzir no projeto que eu estou desenvolvendo e da para trabalhar. Por hoje só... Até mais.

domingo, 17 de novembro de 2019

Um pouco sobre o Patrimônio Zero – PZ Parte II


Minha revolta


Quando eu comecei a ter noção de como era o mundo real (quando chega a maturidade, no meu caso bem cedo…), eu me sentia incomodado com algumas coisas que nossa família passava. Não tínhamos coisas básicas que os meus amigos tinham, coisas como energia em casa, brinquedos, roupas boas, TV.


Aquilo me incomodava, e eu sempre me questionava, porque? Porque não temos coisas básicas? E cada vez que eu me questionava, mais perguntas surgiam, até que eu decidir que eu não ia viver a mesma vida que minha mãe e minha avó. Mas como? (mais uma pergunta…) foi quando o li o livro que mudou minha vida Poder sem Limites livro de Tony Robbins como eu disse na Parte I.


Foi ai que eu comecei a enxergar a luz no fim do túnel, e começaria um longa caminhada e a mudança de diversas crenças e paradigmas aprendidos na minha infância, eu não sabia como eu faria, eu só sabia que daria certo. Eu queria, desejava uma vida melhor para mim e meus irmãos.

O ensino técnico mudou a minha vida.


Não era justo… A vontade de mudar era grande e cada dia aumentava mais, e a leitura de livros era o que me dava mais força e vontade de mudar de vida. Até que no último ano do ensino fundamental oitava série (9° hoje em dia) um amigo de infância me disse que tinha uma escola técnica federal na capital, e que estava com as inscrições abertas, eu não fazia noção do que era uma escola técnica. Ele me disse que era onde você estudava e já saia para trabalhar. Fiquei impressionado e decidir que ia estudar nessa escola, afinal era de graça. Mal sabia eu que estava prestes a ter a minha maior decepção de vida até então…


Qualidade do ensino


Decidir que ia estudar na escola técnica federal, só que ainda com aquela inocência de criança, achando que tudo seria fácil. E não foi… Eu já sabia que algumas coisas dependiam de mim (estudar) e outras não. Ter dinheiro para me sustentar na capital por exemplo. Estudei em uma escola pública e infelizmente a baixa qualidade do ensino das escolas públicas brasileira ainda é uma triste realidade.

Triste realidade.


Eu tinha que concorrer com alunos das melhores escolas públicas e particulares do estado, um desafio e tanto. Tenho um amigo de infância que somos colegas de profissão, viemos das mesmas origens e passamos pelas mesmas dificuldades e decidimos cedo encarar o mundo lá fora. Eu e esse meu amigo decidimos estudar para o processo seletivo da ET (Escola Técnica), nós não tínhamos computador em casa, pagamos uma hora na lan house para entrar no site da ET, eu fiquei impressionado era uma escola gigante, com quadras de esportes piscina uma realidade completamente diferente da minha, eu sonhava estudando naquela escola, me imagina andando nos corredores, caro leitor, eu tinha certeza que ia estudar lá, só não sabia como.



Para você ter noção, eu tinha uma foto da logo da escola no meu caderno, na capa do meu Orkut, na minha foto de perfil, tinha um calendário da escola que eles disponibilizavam no site, eu me sentia estudando lá. Bom, voltando a realidade… Imprimimos o edital e lemos cada linha com a maior empolgação do mundo, até chegar no item da taxa de inscrição R$ 25,00.



Vinte e cinco reais! Como eu ia conseguir R$ 25,00? Parece um absurdo né? Como uma pessoa não pode ter R$ 25,00! Sim, infelizmente essa era a minha realidade. Chegamos na parte das matérias que cairia na prova, uma lista extensa coisa que nós nunca tínhamos visto, matérias que só veríamos no ensino médio e olhe lá. Nós já sabíamos o que precisávamos estudar, nosso próximo desafio era encontrar o material para estudar.


Sem grana...



Pegamos todos os livros que encontramos e praticamente montamos uma biblioteca, os assuntos que não encontramos em livros pesquisamos nos computadores da biblioteca da escola. Como não tínhamos computador em casa, só pesquisar não resolvia nosso problema. Tínhamos que imprimir o material, mas a questão financeira era o nosso maior dilema. Eu tinha que dar um jeito… Foi ai que eu e meu amigo começamos a procurar lotes vazios na cidade para capinar e ganhar uma grana.



Saiamos procurando e capinávamos, as vezes demorávamos de 2 a 3 dias para dar conta do serviço. Franzinos e pequenos era um desafio, mas a vontade de mudar de vida era maior. Não me recordo bem os valores, mas nos cobrávamos cerca de R$ 10,00 a R$ 15,00 por capina, foi assim que eu conseguir juntar dinheiro para pagar o valor da inscrição e as passagens para ir fazer a prova. Com muito suor e sacrifício.



Foi assim que eu juntei o dinheiro que precisava.



Para quem tem a mesma idade que eu sabe, que para ter acesso a computador anos 90/2000 não era para qualquer um. Nos juntamos todo o material que faltava e imprimimos em uma lan house, a impressão era muito cara e o dinheiro pouco, para economizarmos eu e meu amigo rachamos o valor das impressões e revezávamos as apostilas.



A prova era no final do ano, outubro ou novembro não me lembro ao certo. Nos começamos a estudar no começo do ano, algumas coisas tínhamos que aprender sozinhos, matemática era uma delas, nossa base era muito fraca. Meu amigo teve a ideia de pagarmos alguém para nos ajudar, só que não tínhamos dinheiro para isso, tive a ideia de pedir algum dos nossos professores ajuda, infelizmente não tivemos sorte nenhum deles nos ajudou, diziam que estavam ocupados (hoje eu os entendo) de volta a estaca zero. Nos éramos muito persistentes, na cidade tinha uma escola estadual do ensino médio eu disse a meu amigo que iria lá e pedir alguém para nos ajudar, e lá fui eu… O não, eu sabia que já tinha… Eu ia era para ouvir o sim do professor.


Não custa nada tentar. O não você já tem.



Conversei com um professor e ele topou e marcou uma aula de revisão no sábado. No sábado seguinte fui o primeiro a chegar, meu amigo veio depois e o professor demorou… Deu 08:00, 08:30, 09:00, 10:00 e nada. Já estávamos quase desistindo, até que o professor apareceu, lembro como se fosse ontem ele chegou de bermuda e nos pediu desculpa, disse que tinha perdido o horário e que estava lavando roupa. Sou extremamente grato a esse professor, por ter nos ajudado de graça e em pleno sábado, sabendo como é a vida de professor, imagino que tivesse muitas coisas para fazer e tirou um pouco do seu tempo para nos ajudar. Hoje eu vejo que o simples fato de ele ter ido lá nos ajudar fez uma grande diferença em minha vida, talvez se ele não tivesse nos ajudado nos teríamos desistidos e a minha vida tomado outro rumo.


A pior decepção da minha vida


Final do ano chegou, fomos fazer a prova. Ficamos impressionado com a escola era muito maior do que eu imaginava. Era uma escola, acho que umas 5 vezes maior que onde eu estudava. O resultado do processo seletivo saia em janeiro do ano seguinte, eu ansioso contava os dias até que o resultado saiu. E eu não passei… Foi uma decepção muito grande, não era justo. Eu tinha me esforçado, tinha estudado pra caramba e não passei. Para minha maior decepção meu amigo tinha passado, para mim estava acabado eu não ia estudar onde eu tinha sonhado. Lembro que chorei muito… Pior decepção que tive até então, eu tinha duas escolhas. Continuar chorando e desistir ou fazer a prova novamente no final do ano. Eu escolhi a segunda opção.

Como eu me sentir quando vi que não tinha passado.




A volta por cima


Enxugado as lágrimas era hora de agir novamente, poucos dias depois conversei com meu amigo e disse a ele que faria a prova novamente. Peguei as matérias que estavam com ele e comecei a estudar novamente, dessa vez com mais vontade e determinação. Assim fiz durante os meses até o final do ano. Em novembro, fui novamente fazer a prova lá estava eu pela segunda vez na escola onde eu sonhava em estudar, fiz a prova e voltei para casa. Eu tinha me esforçado tanto, que eu estava tão seguro que esqueci até do resultado da prova que saia em janeiro. Lembro como se fosse hoje, meu amigo me ligou dizendo para eu ir arrumar os papéis da matrícula, que eu tinha passado. Eu não acreditava, fui correndo para a lan house para ver, fui procurar meu nome na lista era verdade. Tinha conseguido, era o 7° da lista de aprovados, de um total de 30 vagas. Todo meu esforço e dedicação tinham valido a pena.


Nunca desista!


Passei e agora?


As aulas começariam depois do carnaval, eu tinha pouco mais de um mês para ir fazer a matrícula ou perderia a vaga, mais uma vez me vi na situação em que o que eu podia fazer tinha feito, só que na vida nem tudo sai da forma como queremos, eu não conhecia ninguém na capital, minha mãe não tinha condições de me manter lá. E a cada dia que se passava eu via crescer as chances de eu perder a minha matrícula.



Meu amigo que passou um ano antes de mim também não conhecia ninguém, foi morar de favor em uma casa de um ex-politico da nossa cidade. Conversei com ele, falei que podeira não conseguir fazer a matrícula por não ter onde ficar quando as aulas começassem, ele me disse que a escola dava uma bolsa para quem era de fora e que não tinha como se manter. Mas a bolsa era só de R$ 200,00 mesmo assim não daria para me manter em uma capital. Pagar aluguel, água, energia, comida sem chances.



Meu amigo sugeriu que nós dois conseguiríamos pagar uma kit net se eu fosse, ele ia procurar. Eu garantir que sim… Eu ia. Fui falar com minha mãe, minha mãe não é do tipo que desanima e nem dá apoio, eu acho que no fundo ela não acreditava que eu estudaria fora. Já a minha vó que nasceu e cresceu em um época diferente não concordava com a ideia de eu sair de casa e ir morar em outra cidade, sem conhecer ninguém.



Minha decisão estava tomada, eu minha mãe fomos fazer a matrícula depois do carnaval e voltamos para a nossa cidade, a essa altura meu amigo já tinha arrumado o lugar para morarmos. Felizmente ele conseguiu encontrar uma kit de 2/4 quartos a dois quarteirões da escola onde podíamos ir a pé e não gastávamos com transporte coletivo.


No dia em que eu sair de casa


Acordei bem cedo, com um sentimento de medo misturado com dúvida. Medo por nunca ter saído de casa e dúvida por não ter nada garantido. Mas a decisão já estava tomada, eu ia arriscar. Confesso que foi uma decisão muito difícil de tomar com 17 anos eu estava entrando em um ônibus para morar em uma cidade completamente diferente de onde eu vivi, sem garantias de nada. Sem ter nem o dinheiro da passagem de volta, caso desse errado, sem dinheiro para comer se precisasse, ainda bem que eu não ponderei essas e outras coisas senão, não teria ido.



Jamais esquecerei desse dia, sentei no lado da janela da ônibus e olhava para fora, vendo minha mãe e meus irmãos e a cidade onde eu tinha uma casa, uma família, comida, para mudar para uma outra sem nada disso. Sem ter certeza de que teria um lugar para dormir, pois a única coisa que eu levei de casa só foi uma mala, mais nada.


Jamais esquecerei desse dia.



Chegando na capital, meu amigo me mostrou onde íamos morar, depois fomos conhecer direito a escola, eu mal podia acreditar que o meu sonho de estudar naquela escola estava tornado realidade.



Foram os 4 anos mais desafiadores que eu passei, muitas dificuldades financeiras, alimentação muito fraca (mas graças a Deus nunca ficamos sem comer) e ao mesmo tempo aproveitei todas as oportunidades que a ET me proporcionou, fiz vários cursos, tive a oportunidade de usar vários equipamentos que eu nunca teria condições de comprar, acesso a saúde, profissionais de educação enfim… Aproveitei o máximo que eu pude, tanto é que, eu me formei em um dia, e no dia seguinte já estava com carteira assinada.


O melhor decisão que tomei na vida


Hoje eu vejo que todos esses desafios que eu tive que enfrentar, me trouxeram onde estou hoje. Com uma visão de mundo completamente diferente da que eu tinha, a força de vontade a determinação foram os diferenciais que me fizeram sair e buscar uma vida melhor. Fácil? De jeito nenhum, mas com uma gama de aprendizado que não se aprender em escola nenhuma. Hoje tenho um curso técnico que depois que eu terminei nunca fiquei desempregado, e que me rendeu bons salários e pude ajudar minha mãe.






Depois de alguns anos trabalhando resolvi estudar novamente, resolvi fazer um curso superior na minha área, por perceber que seria um diferencial em minha carreira. Hoje eu sei que não fui eu quem escolheu a minha profissão, mas sim a profissão que me escolheu… Voltar a estudar também não foi uma decisão fácil, eu estava em um bom emprego e tive que largar. Eu sou a prova viva que a educação muda as pessoas e em nenhum momento titubeei em voltar a estudar. Termino o curso de engenharia ano que vem, que também como você já deve saber caro leitor, estou longe de casa + 1500 km, estudando em tempo integral e vivendo de bolsa. E uma decisão que tomei e já vejo os bons frutos que eu já posso colher depois que eu terminar.


Bom essa é um pouco da história do PZ.

terça-feira, 12 de novembro de 2019

Balanço de Outubro


Salve galera, ufa… Só agora tive um tempo para escrever. Correia de final de semestre tá tenso aqui... Sem muita enrolação vamos ao que interessa. Como falei no Balanço de Setembro, o governo cortou a bolsa do projeto que eu estava desenvolvendo na faculdade, mas felizmente o projeto continuou e recebemos a bolsa mês passado. Com isso, a minha renda mensal em outubro foi de R$ 1200,00 novamente. A má noticia é que mês que vem será o ultimo mês do projeto, na verdade, o projeto encerra agora no final de novembro e a última bolsa será paga no começo de dezembro isso se as coisas continuarem como estão.

As dívidas


Como eu disse tive que refazer o planejamento financeiro levando em consideração que não ia ter mais a bolsa do projeto. No entanto, mesmo com o orçamento apertado conseguir pagar parte das dividas foi bem pouco, mas conseguir. E aos poucos o saldo devedor vai diminuindo. Estamos assim:

Saldo devedor Novembro



Esse mês conseguir pagar apenas R$ 94,00. Não foi muita coisa mas foi o que deu com o que tinha planejado, no entanto, é melhor manter o hábito de honrar com os compromissos e ver a barrinha vermelha diminuindo cada vez mais... Com isso, o saldo devedor é de R$ -6796,83. O post de hoje é bem rápido tenho algumas coisas para resolver e arrumar um tempo para o blog está bem apertando. Continuo firme, em breve novidades sobre o projeto que eu disse no último post. Por hoje só... Até mais.

domingo, 6 de outubro de 2019

Um pouco sobre o Patrimônio Zero – PZ Parte I


Enquanto os aportes mensais não vem e eu não quito as dividas vou contar um pouco da minha história, um pouco dessa pequena jornada que temos nesse planeta chamado terra. Tudo começa no interior do estado onde eu nasci, sou mais velho de seis irmãos (é.. não tinha TV em casa) e criado por minha mãe e minha avó materna (mulheres que me ensinaram muitos valores que carregarei para a vida).

Bom, a vidinha pacata do interior foi a minha realidade e onde passei toda a minha infância e parte da minha adolescência, foi também quando eu decidir sair de casa aos 17 anos e desbravar o mundo lá fora (foi uma aventura e tanto, muitas dificuldades e muitos desafios que me fizeram a crescer e aprender muito.)
Era mais ou menos assim nossas brincadeiras.

Minha Infância


Era uma festa (e briga as vezes) você deve imaginar como deve ser uma família com seis irmãos como era a farra, crescemos em um lar humilde e com o conforto e a educação que minha mãe pode nos dar, não tínhamos muitos brinquedos e roupas boas, basicamente tínhamos coisas “novas” quando as pessoas doavam para a gente. Além dos meus irmãos, a rua em nosso bairro tinha mais uma molecada que brincávamos e convivíamos. Toda vez quando eu volto na cidade onde eu nasci faço questão de visitar os meus amigos de infância que ainda moram lá, nostalgia pura reviver essas lembranças... Você também deve estar se imaginado quando era criança, são ótimas lembranças não é? Não tínhamos preocupação com boletos, cheque especial, se o dólar caiu ou subiu se o IBOVESPA fechou em queda se está acima dos +100000k e essas preocupações da vida adulta.



Nossa única preocupação era chegar em casa da escola e ver desenho (DragonBall Z era o meu favorito) falando em desenho, eu me lembro de uma época que eu matava aula para ir embora mais cedo para casa e minha professora me fez fazer um acordo com ela (foi ai que eu aprendi que o bom homem que se preze tem que ter palavra...) ela me disse que seu eu não matasse mais aula, ela me daria um álbum de figurinhas do DragonBall (foi o melhor acordo que fiz na vida naquela época, pois conseguir um álbum era como se fosse a ostentação de ter um Iphone X hoje.), negócio fechado eu disse para ela. Ganhei o álbum, lembro que foi uma festa com os meus amigos.


O álbum que ganhei era um desses.

Outro fato que me marcou muito, foi em um natal que eu e meus irmãos ganhamos um churrasco dos pais de um amigo nosso que hoje não temos mais contato, esse amigo, o Davi não era da cidade, os pais dele tinha uma loja de eletrodomésticos na cidade e tinha um filho da nossa idade, ele tinha tudo o que não tínhamos (aquele tipo de amigo rico e você o pobre) mas tinha pais que sabiam o valor de compartilhar o que tinha com quem não tinha. Davi era bem mais novo do que eu e da idade do meu irmão mais novo, meu irmão mais novo não saia da casa dele.

Eu lembro que era quase natal e meu irmão chegou em casa e disse para minha mãe que os pais de Davi tinha nos dado um churrasco (imagina a nossa felicidade, nos fomos lá correndo buscar…) detalhe... não tínhamos geladeira em casa e eles tinha nos dados muito coisa, tivemos que pedir para guardar na geladeira de um vizinho. Foi um dos sentimentos que jamais vou esquecer e sempre que eu puder proporcionar isso a alguém eu farei. É um sentimento que marca, eu era criança e nunca esqueci, consigo lembrar em detalhes aquele dia.

Minha Adolescência


Estudei em escola pública a vida toda (infelizmente a nossa educação era muito precária, triste realidade brasileira) desde que comecei a ler, sempre gostei de ler e lia de tudo. Tenho prazer em ler, eu lembro que quando saímos, eu lia desde as placas de aluga-se em casas, até as faixadas de supermercado. Hoje eu sou prova viva que a força de vontade e a educação muda a vida das pessoas, crescemos em uma família pobre, mas isso nunca foi desculpa para sermos "vítimas", pelo contrário aquelas condições em que eu e meus irmãos crescemos, não seria como viveríamos pelo resto da vida, pois com um pouco de esforço e determinação é possível mudar o que você quiser.

Os livros me mostram um novo mundo, muita coisa eu aprendi nos livros me lembro que eu li um livro desses infanto juvenis lá por volta dos meus 13 anos, que contava a história de uma adolescentemente que tinha contraído o vírus HIV (eu me lembro que no livro dizia que a moça era soropositiva, eu não fazia ideia do que era aquilo. Só depois de uma boa e velha olhada no dicionário eu descobrir… Sim, dicionário a internet ainda não era a minha realidade.) Todo esse conhecimento me fez amadurecer muito cedo, eu acordei para a realidade muito precocemente (acho que foi aqui que eu comecei na corrida dos ratos…) eu comecei a perceber toda aquela dificuldade que minha mãe passava, comecei a entender o porque nos só vivianos mudando e não tínhamos uma casa e um lugar nosso.


 'A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original'. (Albert Einstein)
Porque eu não tinha roupas legais, porque não tinha bons calçados, e um monte de porquês surgiam um atrás do outro... Algumas dessas respostas eu só descobria mais tarde, e em um desespero de tentar entender algumas coisas a minha fonte de busca eram os livros, e se eu pudesse te indicar um livro caro leitor, esse livro seria o Poder sem Limites livro de Tony Robbins.

Esse foi o livro que mudou a minha vida a partir daquele dia. Eu não lembro em qual capítulo que o autor descreve que ele estava em uma banheira e que as coisas estavam ruim para ele, e ele narra como nos podemos superar as mais diversas adversidades que a vida nos impõe (sim, nos temos um poder sem limites) foi a partir desse dia que eu descobrir que tinha jeito, que eu posso decidir e mudar a minha vida para bem ou para mal. Jamais esquecerei o sentimento de mudança que me invadiu o corpo aquele dia, e até hoje (mesmo nunca tendo lido mais o livro) eu revivo quando passo por alguma dificuldade, lembro e revivo esse poder sem limite que temos e que eu chamo de força de vontade mais foco e determinação.

Tinha tudo para dar errado.


Como você já deve ter imaginado não foi nada fácil, eu e meus irmãos tínhamos tudo para dar errado. Pobres “vítimas” de um sistema, de uma sociedade desigual, mas não… Decidimos lutar contra tudo e contra todos, e provar para nós mesmos que nos somos responsáveis por nossa vida e nosso futuro, poderíamos ter entrado no submundo (drogas, crime e tudo de ruim que quiséssemos) mas não. Vencemos na vida? Eu diria que sim. Se olharmos as condições que vivíamos e onde estamos hoje, e as escolhas de alguns dos amigos que viveram a nossa mesma realidade e infelizmente fizeram a escolha errada e se perderam ao longo da vida. Outros que tinham tudo, mas também se perderam alguns morreram e por ai vai… Hoje eu sei que todas essas dificuldades que vivi me fez chegar onde estou, e me deu uma bagagem muito grande nessa jornada chamada vida.


Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências.


Cada desafio, me fez ser quem eu sou hoje e vejo que cresci muito, afinal… Crescer dói e é lei natural da vida, não é atoa que o bebê chora muito quando seus primeiros dentes estão nascendo (lembro disso porque, como sou mais velho que meus irmãos minha mãe dizia seu irmãozinho está chorando muito é que está nascendo os dentes dele. Lembro do meu irmão mais novo com a mão na boca como se estivesse conçando a gengiva.) Nós somos o que escolhemos ser, se você está passando por alguma dificuldade, ou quando estiver com algum desafio lembre-se, crescer dói… É uma lei da vida, a dor não vai ser para sempre. Daqui a pouco você nem vai lembrar sequer, se eu perguntar ao meu irmão mais novo hoje o quanto o dente dele doía, ele não saberá responder.

Nossas dores (crescimento) na maioria das vezes são esquecidos nós guardamos e revivemos o que é bom, o crescimento em si. Pensar dessa forma faz com que você dê um novo significado a cada dificuldade que enfrentará, afinal você lembra o quanto doeu quando cresceu os seus primeiros dentes? Claro que não… Você CRESCEU.

Bom… Essa é uma pequena parte da história de vida do PZ, no próximo post eu conto um pouco de como foi decidir sair de casa e encarar o mundo lá fora sozinho. Até a próxima...

terça-feira, 1 de outubro de 2019

Balanço de Setembro


Salve galera, estou vivo… Continuo firme e forte. Minha meta é escrever ao menos duas vezes por mês, mês passado foi muito corrido semana de prova coisas da faculdade e por ai vai. Bom, antes de mais nada quero deixar aqui minha gratidão, obrigado pelos comentários em especial ao AA40, Executivo InvestidorStark, o Acumulador Compulsivo ao Srif365 e a todos os outros que deixaram uma mensagem de apoio, obrigado. Imagino como deve ser a correria no dia a dia de vocês e receber uma mensagem de apoio de vocês é muito importante para mim isso me motiva muito, mais uma vez obrigado.

Valeu galera muito obrigado pela força...


Má notícia


Como eu disse no post do planejamento minha renda mensal era de R$ 1200,00, bom, as coisas não andaram muito bem no último mês e parte dessa renda vem (ou melhor vinha...) de um projeto que participo na faculdade dando aulas de um software de engenharia. Tivemos a triste notícia mês passado que o programa iria ser encerrado por não ter verbas para manter o curso. Acredito que a maioria de vocês devem saber, o governo congelou alguns recursos da educação e o dinheiro que matinha o projeto foi suspenso, com isso eu deixarei de ganhar R$ 500,00 a partir desse mês minha renda mensal será de R$ 700,00. Caraca 700 conto, como alguém consegue viver com isso? Você deve está se perguntando. Eu já vivi com bem menos que isso… E, acredite ou não era com R$ 200,00 e morando em uma capital, foi assim que me sustentei durante o tempo que fiz um curso técnico (4 anos) mas isso é papo para outro post. Voltando ao assunto, a professora-orientadora disse que o projeto vai retornar e que pode ser que receberemos a bolsa ainda esse mês. Se receberemos ou não eu não sei, o jeito é esperar…

#táosso

A boa notícia.



Dizem que é na crise que surgem grandes oportunidades e se isso é verdade ou não eu sei, me aconteceram vários eventos que me fizeram refletir sobre a possibilidade de conseguir uma renda extra. Os eventos que aconteceram foram engraçados e aleatórios que de certa forma se conectaram e tive uma ideia que pode dar certo e me render uma boa grana. Quando eu parei para pensar que realmente poderia dar certo, veio aquela vozinha que fica em nossa cabeça e disse: Mas você não tem dinheiro, não vai dar certo. No mesmo instante eu lembrei de algo que eu sempre falo, quem quer dá um jeito, quem não quer inventa uma desculpa... E os primeiros passos já foram dados, em breve eu conto mais detalhes vamos esperar os frutos da ideia surgirem.

No spoilers

As dívidas


Felizmente conseguir quitar parte das divididas que tinha planejado pagar mês passado, duas contas que juntas somaram R$ 310,00. Não é muito eu sei, mas foi o que deu para pagar e só de sentir a sensação de quitar as dividias (ou parte delas) é muito boa e ver a barrinha vermelha diminuindo não tem preço.

Meta do mês de Setembro.
Com a redução de minha renda e enquanto os frutos da ideia que tive não são colhidos minha estratégia agora será modificar o plano de quitação das dividias e replanejar de forma que eu possa pagar tudo que devo dentro do prazo estabelecido. Com isso, a meta era pagar R$ R$ 649,98 mês passado, conseguir executar quase metade da meta e ainda assim investir uma grana na ideia que tive que seria indispensável para a execução dela.

Saldo total das dividas R$ 6.890,83.

Com isso o saldo total das dívidas hoje é R$ 6.890,83 o que corresponde um redução de 4.30 % (melhor que nada né…) Bom, por hoje é isso pessoal até a próxima...



sábado, 31 de agosto de 2019


O plano de ação


Salve galera, no último post escrevi a respeito da primeira parte para sair do fundo do poço das dívidas, o diagnóstico, ao realizar o diagnóstico em minha vida financeira, anotando todas as dívidas, notei a proporção que as dívidas chegaram. Com o diagnóstico o próximo passo é a ação, começar a quitar as dívidas, como eu disse no post anterior darei prioridade as que cobram juros maiores.

Mas para isso, é preciso disposição para mudar de comportamento e adotar novos hábitos em minha vida financeira, estou começando a realizar um verdadeiro controle financeiro para isso utilizarei um aplicativo no celular e o bom e velho excel, meu objetivo aqui é montar um Orçamento Financeiro. Para que eu possa acompanhar o quanto ganho, quanto gasto, aonde gasto, e quais são gastos essenciais e quais não, etc.

O plano


Sou estudante universitário, meu objetivo e quitar todas as dívidas até 31/08/2020 um semestre antes de me formar não quero sair da universidade devendo. Para isso eu criei um plano de ação que é basicamente elaborar um orçamento para o mês com todos os gastos que eu pretendo ter no decorrer do mês, atualmente tenho uma renda de R$ 1.200,00 e para o mês de setembro meu orçamento ficou da seguinte forma:

Renda: R$ 1.200,00
Despesas fixa: R$ 740,95
FGTS: R$ 528,39
Dividas a pagar 09/19: R$ 649,98

Receitas (Renda + FGTS) R$: 1.728,39

Despesas (despesas fixas + dívidas a pagar): R$ 1.390,93

Saldo R$: 337,46

Como exemplificado minha renda mensal é R$ 1.200,00, mas esse mês vai entrar uma grana extra que é de uma conta inativa do FGTS que vai me render R$ 528,39 o que faz com que minha renda esse mês de um up para R$: 1.728,39. Desses, vou alocar R$ 1.390,93 para pagar as despesas essenciais (que já está no orçamento) e três divididas (dinheiro emprestado) sendo R$ 740,95 e R$ 649,98 respectivamente. Vai sobrar cerca de R$: 337,46 esse valor será para gastos do dia a dia da faculdade.

Investimentos



Como assim, investimentos? Você deve está pensando… O cara tá devendo até a alma e quer fazer investimentos? Calma caro leitor, não tenho dinheiro para investir agora. O tipo de investimento que farei é em conhecimento, todo mês eu vou ler um livro sobre o assunto escrever uma resenha aqui no blog, essa foi uma forma que eu encontrei de “compensar” o tempo perdido atolado em dividida, vou investir meu bem mais preciso o tempo no ativo mais valioso do mundo conhecimento. Como diria Mahatma Gandhi “Nossas crenças se transformam em pensamentos, os pensamentos em palavras, as palavras se tornam ações e estas ações repetidas se tornam hábitos. E estes hábitos formam nossos valores e nossos valores determinam nosso destino.” Por hoje é só até a próxima...

sexta-feira, 30 de agosto de 2019


Eu voltei



Salve galera, tô na área… Passei um tempo fora, até lembrar que tinha começado esse blog, a parte boa é que a motivação para voltar a escrever veio depois que contabilizar os gastos do mês e ao ouvir o podcast do Sr IF365 (recomendo) entrevistando BP milhão no Ep4 | Aprenda a investir no exterior, me deu uma baita de uma motivação. Então eu voltei e agora é para ficar...



O que eu fiz enquanto estive fora?



Bom senhores, as notícias não são animadoras. O saldo devedor aumentou um pouco, mas nem só de dívida vive o homem. Como eu escrevi no último post eu fiz um levantamento de todas as dívidas que eu tinha (é senhores… Surgiram novas) e o valor na época somava mais de R$ 8.000,00, R$ 8.520,66 para ser mais exato. Esse foi o primeiro passo, fazer um levantamento das dívidas. Como já faz um tempo que escrevo, hoje vou atualizar o valor do montante que eu devo e dar continuidade com a meta de quitar as divididas.



O tamanho do buraco



O bom e velho excel foi a principal ferramenta que utilizei para organizar as dívidas, dividir as contas em três categorias Banco, Crediário e Terceiros. Em seguida, dentro de cada categoria eu organizei as divididas, das que continham os juros maiores até as que eu não pagaria juros (o dinheiro pego emprestado com alguém por exemplo). Dentre as três categorias a com o maior valor de juros era o crediário (o famoso carnezinho) logo, minha prioridade era quitar essa dívida e felizmente conseguir quitar. Meu saldo devedor hoje está da seguinte forma: Banco R$ 2.142,81 esse valor é referente a um CDC que eu contratei há algum tempo quando era servidor público. O valor sofreu um reajuste devido o atraso de algumas parcelas, na lista de prioridade esse é o próximo item da lista. A categoria terceiros R$ 5.058,02 entra os valores que eu peguei emprestado de alguém, que também sofreu um aumento em relação ao balanço que eu fiz anteriormente. Mesmos com os valores das novas dívidas e com o pagamento da categoria crediário, conseguir pagar R$ 1.319,83. Não é muita coisa eu sei, mas já é o começo de uma longa jornada. Com isso o montante que devo hoje é de R$ 7.200,83.


O plano


Conhecendo o valor das dívidas, o próximo passo agora traçar um plano e executar pequenas tarefas que levaram na quitação das dívidas, no próximo post vou trazer o plano que pretendo executar para quitar as dívidas. A estratégia agora é ir quitando as dívidas aos poucos e começar a juntar um patrimônio. Bom, por hoje é isso no próximo.